O Sangue Profano

O Sangue Profano
Meu Sangue profano, prove-o...

domingo, 29 de agosto de 2010

(Lábios)

Meus doces lábios que sangram por um beijo
Mordem e mastigam seu rígido coração
Digerem lentamente o fruto do amor
risonhos são eles na primavera mística
sangram ao verão entre navalhas cortantes
ao outono, mastigam novamente o fruto do nosso amor
hibernam ao inverno seco
e tornam-se bebês
com cuidados tão especiais que não posso beijá-la
que mal posso ama-lá
pois separar o fruto de nossos doces lábios
e como morrer sem amar alguém

enquanto meus lábios azédam ao inverno
cultivo sua sabedoria e minha melancolia
as brisas frias que posso sentir e beijar
correm sobre meus lábios e me deixam triste
tenho já uma mínima inveja do verão
é uma estação dolorosa, pois minha boca sangra
mas mesmo assim, ainda posso beijá-la
nossos lábios riem na estação das flores
pois entre girassóis, ainda posso beijá-la
que saudades do outono, morder e mastigar
digerir seu coração e tranformá-lo em paixão
enfim, eu ainda poderia beijá-la

A última estação faz congelar minha alma
me tranforma em criança triste e apavorada
congela o tempo, a música para subitamente
meus olhos tornam-se espelhos da morte
pois refretem minha dor e desespero
meus sentimentos já são falhos
começo a sangrar por dentro
e tranbordam as minhas loucuras
as minhas invejas e minha gula
tento lhe mastigar, logo meus dentes quebram
fico triste, mas enquanto as estações não chegam
sacio minha fome mordendo meus próprios lábios

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