
mesmo que o sempre não seja agora
deixe-me morrer só neste momento
para nascer a toda hora
nascer num cemitério
para sentir-me mais vivo
sentir-me mais velho
Fecho meus olhos e sinto o vento
assim, penso
fecho as janelas e ouço o silêncio
que já não sai da minha mente
A poesia sussurra em meu silêncio
a pressa da maioria dos versos
já não me interessa
quero morrer lentamente
Sinto que há algo de podre à minha volta
as sementes não florescem mais
os frutos já estão amargos, não amadurecem
o pólen já não esconde o mal cheiro
Os podres frutos caem sobre o campo
os pobres insultos sobre os santos
os poderes e surtos dos puritanos
há algo de podre à minha volta
mas, deixe-me viver para sempre
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