O Sangue Profano

O Sangue Profano
Meu Sangue profano, prove-o...

domingo, 31 de outubro de 2010

(Lembrarei)

Dizer que as coisas são tão simples, é tão complicado para mim
Dizer que quando você olha em meus olhos, eu desabo sobre mim
Dizer que um detalhe, como o seu sorriso, me deixa assim
Me deixa assim perder, algo que ninguém gosta, mas perder para você
Posso perder minhas lágrimas, só pra você
Pois assim, algo tão simples, como eu disse, torna-se complicado
Pois como alguém em estado, de choro por tristeza, torna-se feliz ?
Como alguém, triste e perdendo lágrimas, torna-se feliz ?
Como é mais fácil explicar algo complicado fazendo perguntas
Como é triste eu aqui chorando, mas ninguém se importa
Minha lágrima caindo como tinta que não foi pincelada
É engraçado querer ser triste, quando se é a pessoa mais feliz do mundo
É engraçado dizer qual é a canção mais linda, quando se é triste
É só a canção do silêncio que poderá dizer isto, só
E isto eu digo, que fico chateado, não poder viver para sempre
Não poder estar presente em coisas tão belas
Não poder mais chorar, quando se é bom
Não poder vê-los chorando e poder chorar novamente
Não poder escrever mais, mas lembrarei

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

(Poema da boca)

Foda-se se me encarno, me crio, me tranformo
Foda-se se eu vago, me vicio, me desolo
Foda-se se me mato, me rasgo, me costuro
Foda-se se sou duro, eu me aturo
Foda-se se ainda me vicio
Foda-se se não sou passarinho
Foda-se se não tenho meu próprio ninho
Foda-se se estou no ar

domingo, 10 de outubro de 2010

(Poema de Puer)

Todas essas coisas, que vêm à minha cabeça
Saio correndo e escrevo em algum lugar
Se não eu perco, não consigo me lembrar
E quando eu perco, já era
Passará a primavera, todas sem um rastro
E sem ter nenhum rastro, eu elimino
E me vem quase feito menino, sumindo, sumindo
Assumindo um novo verso
E este sim, eu logo escrevo, já é sucesso

sábado, 9 de outubro de 2010

(Pare!)

Não sei por que, meu peito sofre
por amor
Não sei por que, meu peito arde
por amor
Não sei por que, meu peito sangra
por amor

Pare!
Não vamos mais falar de
amor
Pare!
Não quero mais falar de
amor
Pare!
Não posso mais falar de
amor

domingo, 3 de outubro de 2010

(Pais)

São eles pais
que falam bobagens
que riem de bobagens
que são bobagens

São eles filhos
que brigam
que me castigam
que me instigam

são eles pobres
que comem e falam
que faltam
que nem percebem

são eles ricos
que gastam
que não repõem
que sempre impõem

são eles pedras
que ferem nossa face
que nos deixam tristes
que não rolam mais

são eles mutantes
que não são mais os mesmos
que eram como nós
que seremos como eles

são eles pães
que nos alimentam
que nos moldam
que nos preparam

são eles lavradores
que nos semeiam
que não nos colhem
que não nos deixam colher

são eles críticos
que brigam por nada
que insistem no fútil
que não entendem

são eles assim

e assim são eles
são eles pais